segunda-feira, 26 de abril de 2010

Economia da Dinamarca

A economia da Dinamarca baseia-se num mercado inteiramente moderno que inclui agricultura de alta tecnologia, indústria actualizada, quer nas pequenas empresas, quer nas grandes, extensas medidas governamentais de segurança social, níveis de vida confortáveis, uma moeda estável e grande dependência do comércio externo. A Dinamarca é um exportador de alimentos e energia e tem um excedente confortável na balança de pagamentos.

A economia dinamarquesa é altamente sindicalizada; 75% da sua mão-de-obra [4] está associada a um sindicato pertencente à Confederação Dinamarquesa de Sindicatos. As relações entre os sindicatos e os patrões são de colaboração: os sindicatos têm um papel na gestão diária dos locais de trabalho, e os seus representantes têm assento no conselho de administração da maioria das empresas. As regras sobre os horários de trabalho e os salários são negociadas entre os sindicatos e os patrões, com um envolvimento mínimo por parte do governo (não existe um salário mínimo, por exemplo.

O governo tem tido sucesso em cumprir, e mesmo exceder, os critérios de convergência económica para participar na terceira fase (uma moeda europeia comum) da União Económica e Monetária (UEM), mas a Dinamarca, num referendo realizado em Setembro de 2000, reconfirmou a sua decisão de não se juntar aos 12 outros membros da UE no euro. Mesmo assim, a divisa dinamarquesa permanece indexada ao euro.

O país é o quinto no ranking de competitividade do Fórum Econômico Mundial.


Economia da Dinamarca


Moeda Coroa dinamarquesa
Organizações de comércio OMC, União Européia, OCDE, OSCE
Estatísticas [1]
Produto Interno Bruto US$ 202,1 mil milhões (2006)
% de cresc. do PIB 3,5% (2006)
PIB per capita US$ 37 100 (2006)
PIB por setor agricultura 2,6%, indústria 25,6%, comércio e serviços 71,8% (.2006)
Inflação anual 1,80%
População abaixo da linha de pobreza N/D
Força de trabalho 2 911 000
Força de trabalho por setor agricultura 3%, indústria 21%, comércio e serviços 76% (2004)
Desemprego 3,8% (2006)
Principais indústrias petróleo e gás natural, aço, metais não-ferrosos, produtos químicos, alimentos processados, máquinas e equipamentos de transporte, têxteis e roupas, eletrônicos, construção civil, móveis e outros produtos de madeira, construção naval, moinhos de vento, fármacos, equipamentos médicos
Parcerias comerciais [2]
Exportações (US$) 90,9 mil milhões f.o.b. (2006)
Principais produtos exportados máquinas e instrumentos, carne e derivados, produtos de granja, peixe, produtos de beleza, produtos farmacêuticos, móveis, moinhos de vento, árvores de Natal, plantas em vasos, peles de raposa e minke, sal
Principais mercados Alemanha 17,4 %, Suécia 14,2 %, Reino Unido 8,8 %, Estados Unidos 6,2 %, Noruega 5,4 %, Países Baixos 5,2 %, França 4,9 %, (2006)
Importações (US$) 88 mil milhões (2006)
Principais produtos importados máquinas e equipamentos, matérias-primas e produtos semi-elaborados, produtos químicos, grãos e outros alimentos, bens de consumo
Principais parceiros Alemanha 21,4 %, Suécia 14,2 %, Noruega 6,5 %, Países Baixos 6,2 %, Reino Unido 5,6 %, China 5 %, França 4,4 % (2006)
Finanças públicas [3]
Dívida externa US$ 405 mil milhões (2006)
Receitas totais (US$) 152,2 mil milhões
Despesas (US$) 140,6 mil milhões
Ajuda econômica doada US$ 2,13 mil milhões (2006)

História da Dinamarca

Dinamarca Pré-histórica

As descobertas arqueológicas mais antigas na Dinamarca datam de 130 000 a.C. a 110.000 a.C., no período interglacial Riss-Würm. A região já era habitada em cerca de 12.500 a.C. e há vestígios de atividades agrícolas datadas de cerca de 3 900 a.C. Na Dinamarca, a Idade do Bronze Nórdica (1 800-600 a.C.) é marcada por túmulos que deixaram uma profusão de achados como lurs (instrumentos musicais de sopro) e o Carro Solar de Trundholm.

Durante a Idade do Ferro pré-romana (500 a.C.-1 d.C.), grupos nativos começaram a imigrar para o sul. As províncias romanas mantinham rotas e relações comerciais com as tribos da atual Dinamarca, o que é atestado pelos achados de moedas romanas na região. Há provas de uma forte influência cultural céltica neste período, tanto na Dinamarca como em grande parte do noroeste da Europa, como indica, por exemplo, o achado do caldeirão de Gundestrup. Os primeiros daneses chegaram à Dinamarca na Idade do Ferro romana (1-400).

Antes da chegada dos precursores dos daneses, procedentes da Escandinávia e falantes de uma forma primitiva do germânico setentrional, a maior parte da Jutlândia e algumas das ilhas eram habitadas por jutos. Estes últimos migraram, mais tarde, para a Grã-Bretanha, juntamente com os anglos e os saxões, de maneira a formar os anglo-saxões.

A origem exata da Dinamarca perdeu-se na história, mas uma nota breve sobre os "Dani", em "As Origens e Feitos dos Godos", do historiador Jordanes, é apontada por alguns como uma menção aos primeiros daneses. Os Danevirke (trabalhos de terraplenagem com propósito defensivo, que separavam a Jutlândia do restante do continente) foram construídos a partir do século III, em várias fases, e atribui-se a grande dimensão dos esforços de construção em 737 ao surgimento de um rei danês. É desta época o novo alfabeto rúnico e a fundação de Ribe, a mais antiga cidade da Dinamarca.

A Dinamarca cristã

Entre os séculos VIII e X, os dinamarqueses eram conhecidos como viquingues. Juntamente com noruegueses e suecos, colonizaram, atacaram e comerciaram com toda a Europa. Os exploradores viquingues descobriram a Islândia por acaso no século IX, no caminho das ilhas Feroé, e chegaram até a "Vinland" (terra da relva/terra do vinho), hoje conhecida como Newfoundland, Canadá. Mais ativos nas ilhas Britânicas e na Europa Ocidental, os viquingues dinamarqueses conquistaram e colonizaram temporariamente partes da Inglaterra (conhecidas como Danelaw), da Irlanda e da França, e fundaram a Normandia. Conforme atestam as Pedras de Jelling, os dinamarqueses foram unidos e evangelizados em cerca de 965 por Haroldo Dente-Azul. Crê-se que a Dinamarca se tornou cristã por motivos políticos, de modo a não ser invadida pelo Sacro Império Romano Germânico. Harald ergueu seis fortalezas na Dinamarca, chamadas Trelleborg, e construiu um Danevirke adicional. No início do século XI, Canuto, o Grande, unificou a Dinamarca, a Inglaterra e a Noruega por quase 30 anos.

A Dinamarca medieval

Ao longo da Idade Média, a Dinamarca incorporou a Escânia (Skåne, Halland e Blekinge); reis dinamarqueses governavam então partes da Estônia e os ducados do Schleswig e do Holstein (estes últimos, hoje parte integrante da Alemanha). Em 1397, a Dinamarca formou a União de Kalmar, juntamente com a Suécia e a Noruega, uma união pessoal das coroas dos três países, que mantinham, porém, uma existência nominalmente independente. A Escandinávia permaneceu unificada até a secessão da Suécia, em 1523. A Reforma Protestante chegou às terras escandinavas nos anos 1530. Após uma guerra civil conhecida como "Rixa do Conde", a Dinamarca converteu-se ao luteranismo em 1536. Naquele ano, nova união pessoal formou a Dinamarca-Noruega, após a extinção da linhagem real norueguesa devido à peste.

A Dinamarca moderna

Seguiram-se dois séculos de guerras com a Suécia. O rei Cristiano IV atacou a Suécia durante a Guerra de Kalmar (1611-1613), mas fracassou no seu principal objetivo de forçar aquele país a voltar à união com a Dinamarca. A guerra não provocou alterações territoriais, mas a Suécia foi forçada a pagar uma reparação de 1 milhão de riksdalers de prata à Dinamarca, valor que ficou conhecido como o "Resgate de Älvsborg". Cristiano usou estes recursos para fundar diversas cidades, fortalezas e edifícios. Inspirado na Companhia Holandesa das Índias Orientais, instituiu uma correspondente dinamarquesa. Cristiano planejava reivindicar a ilha do Ceilão como colônia dinamarquesa, mas a nova companhia logrou adquirir apenas Tranquebar, na Costa de Coromandel, na Índia.

Durante a Guerra dos Trinta Anos, Cristiano procurou tornar-se o chefe dos estados luteranos da Alemanha, mas terminou por sofrer uma derrota acachapante na batalha de Lutter, que permitiu ao exército católico de Albrecht von Wallenstein ocupar e pilhar a Jutlândia. A Dinamarca conseguiu evitar concessões territoriais, mas a intervenção de Gustavo Adolfo na Alemanha foi vista como sinal de que o poder militar sueco estava em alta e o dinamarquês, em baixa. Em 1643, exércitos suecos invadiram a Jutlândia e, em 1644, a Escânia. Com o tratado de Brømsebro (1645), a Dinamarca cedeu Halland, a Gotlândia, as últimas porções da Estônia dinamarquesa e várias províncias na Noruega. Em 1657, o rei Frederico III declarou guerra à Suécia e avançou contra Brêmen-Verden. O resultado foi uma grande derrota dinamarquesa na qual os exércitos suecos do rei Carlos X Gustavo conquistaram a Jutlândia, a Fiônia e grande parte da Zelândia, antes de assinar a Paz de Roskilde, em fevereiro de 1658, que passou às mãos da Suécia a Escânia, Blekinge, Trøndelag e a ilha de Bornholm. Em agosto de 1658, os suecos voltaram à carga ao sitiar, por dois anos, a capital Copenhague, embora não lograssem conquistá-la. No acordo de paz subseqüente, a Dinamarca manteve a sua independência e recuperar Trøndelag e Bornholm.

A Dinamarca procurou retomar a Escânia com a Guerra da Escânia (1675-79), sem sucesso. Após a Grande Guerra do Norte (1700-21), o país conseguiu retomar o controle das partes do Schleswig e do Holstein governadas pela Casa de Holstein-Gottorp. Nas últimas décadas do século XVIII, a Dinamarca passou por um período de grande prosperidade, devido a seu status de neutralidade, que lhe permitia comerciar com os dois lados das várias guerras da época. Durante as Guerras Napoleônicas, o país tentou manter a sua postura neutra ao unir-se à Liga da Neutralidade Armada, com a Rússia, a Suécia e a Prússia. Os britânicos consideraram o fato um ato hostil e atacaram Copenhague em 1801 e em 1807, apoderando-se da marinha dinamarquesa, no primeiro ataque e, no segundo, incendiando boa parte da cidade. A ação britânica marcou o fim daquela era de prosperidade para o país. O controle britânico das vias marítimas entre a Dinamarca e a Noruega revelou-se desastroso para a economia da união e levou-a à bancarrota, em 1813. As esperanças da Dinamarca-Noruega no sentido de restaurar a união escandinava esgotaram-se em 1809, quando os estados da Suécia rejeitaram uma proposta de permitir a Frederico VI da Dinamarca suceder o deposto Gustavo IV Adolfo, entregando a coroa a Carlos XIII. O Congresso de Viena exigiu a dissolução da união dano-norueguesa, confirmada pelo Tratado de Kiel (1814). A Noruega uniu-se então à Suécia, situação que perduraria até 1905. A Dinamarca manteve as colônias da Islândia, ilhas Feroé e Groenlândia. Governou também a Índia Dinamarquesa (Tranquebar) de 1620 a 1869, a Costa do Ouro dinamarquesa (Gana) de 1658 a 1850 e as Índias Ocidentais dinamarquesas (as ilhas Virgens Americanas) de 1671 a 1917.

O movimento liberal e nacional dinamarquês ganhou impulso no anos 1830 e, após as revoluções européias de 1848, a Dinamarca tornou-se uma monarquia constitucional, em 5 de junho de 1849.

Após a Guerra dos Ducados em 1864, a Dinamarca viu-se forçada a ceder o Schleswig e o Holstein à Prússia, numa derrota que marcou a identidade nacional dinamarquesa. Com estes eventos, o país retornou a sua tradicional política de neutralidade que foi mantida mesmo durante a Primeira Guerra Mundial. Com a derrota alemã, as potências de Versalhes ofereceram os ducados de volta à Dinamarca mas esta, temerosa de um possível irredentismo germânico, recusou a devolução pura e simples e insistiu num plebiscito a respeito do Schleswig. Realizaram-se dois plebiscitos, um em 10 de fevereiro e outro em 14 de março de 1920. Como resultado, em 10 de julho de 1920, o Schleswig do Norte retornou à Dinamarca.

A invasão nazista da Dinamarca em 9 de abril de 1940 - cujo codinome era Operação Weserübung - enfrentou apenas duas horas de resistência militar até a rendição do governo dinamarquês. Durante a guerra, a Islândia rompeu seus laços com a Dinamarca e tornou-se uma república independente; em 1948, as ilhas Feroé ganharam o direito ao auto-governo. Após a guerra, a Dinamarca foi um dos membros fundadores da ONU e da OTAN e, em 1973, aderiu à Comunidade Econômica Européia (antecessora da União Européia). A Groenlândia ganhou o direito ao auto-governo em 1979.

Seleção da Dinamarca na Copa do Mundo de 2010


A Dinamarca se classificou em 10 de outubro de 2009 para a Copa do Mundo de 2010 naseliminatórias da UEFA (Europa). A seleção dinamarquesa se classificou como primeira nogrupo 1 das eliminatórias européias com uma rodada de antecedência. Portugal, Suécia,Hungria, Albânia e Malta estavam no grupo da Dinamarca das eliminátórias européias da Copa do Mundo de 2010.



Símbolos e uniformes da Seleção da Dinamarca.









Uniformes 1 e 2 da seleção.







Escudo da Seleção Dinamarquesa.